Burlesque
Esta arte performática mistura , teatro, circo e dança, todas estas ferramentas para contar no palco ou no vídeo uma história que pode ser de cunho panfletário ou político.
È exato neste ultimo ai que eu me encontro o Burlesque, pra mim é um estilo de vida , onde meu corpo é politico, assim tudo que me atravessa tanto as minhas dores e meus amores são transformados em arte , performance se passando por este corpo de uma mulher cis, branca, bissexual e gorda.
Quando eu falo que nosso corpo no burlesque é político por é pelo caminho do corpo que mostramos nossas vulnerabilidades e dores para o mundo, entendendo que nestas corpas existe muitos traumas cristalizados e não conscientes , a performance como uma arte política terapêutica questiona, se experimenta, se atravessa, se expressa por estas corpas dissidentes.
O Burlesque me provocou a olhar para esta corpa que eu nunca gostei, porque pelo ponto de vista que fomos criados que é o da pressão estética e da gordofobia meu corpo preenchia todos os requisitos de um corpo não ideal.
Neste mergulho no meu corpo e nas minhas dores pude perceber o quanto mostrar isso para o mundo me cura e ajuda a dizer para as outras pessoas que elas também podem .
Minha História no Burlesco
Eu comecei em 2015 em um momento que eu estava passando por uma sequência de infecções de intestino a mais de um ano e passei um um exame que tive um choque anafilático e recebi o diagnóstico de síndrome do intestino irritável e intolerância à lactose.
Então eu já trabalhando com Door de uma festa chamada Venga Venga idealizada por Ricardo Don e Denny Azevedo, fui convidada para performar , no caminho de encontrar minha arte eu fui a uma festa e vi apresentação burlesca da Cloris Fontainebleau naquele momento um mundo paralelo se abriu e eu vi que era aquilo que eu queria para minha vida.
Então comecei a fazer aula particular com ela e em semanas eu estava me apresentando no Festival de Verão de Salvador.
Então fiz minha persona Burlesca a Marquesa Amapola , que onde Marquesa vem do meu sobrenome Marques e traz a referência a realeza e Amapola que significa liberdade, a realeza que traz a burla e a liberdade.
Pouco tempo depois eu fui morar em Londres e quando cheguei recebi um mapa apenas de apresentações burlescas pela cidade, isso me abriu um mundo de possibilidade e me fez perceber que eu precisava voltar e fazer isso aqui no brasil.
Então quando eu cheguei no Brasil eu fiz a Feira das Vaidades, um Cabaret Burlesco
Neste momento em 2016 a cena de festas independentes fervilhava em SP, então fiz performance nas principais, fui residente na Venga Venga e performei, Pilantragi, Mientras Duras (BH), Tiradentes em Cena, Brasília Burlesque Festival.
Criei a performance Marquesa Profana trazendo uma burla entre o sagrado e profano e o leite que eu sou intolerante a lactose.
Participei de um projeto da Uol falando sobre Burlesque:
Em 2017 fiz uma turnê pela europa, performando em Londres no Apotecary Cabaret
Edimburgo no Fringe o maior festival do mundo de artes de rua e em Lisboa onde alem de performar no festival burlesco de Lisboa
E também fui modelo vivo na escola Ar. Co, que resultou uma exposição com os desenhos, um vídeo e uma performance:
Comecei a fazer o Chá da Marquesa, um workshop Burlesco que contava a história do burlesco e a partir da minha perspectiva de transformação pessoal eu trazia como é possível através desta arte se transformar. Foto:Alisson Louback arte:Ricardo Don
Participei do Yes Nós Temos Burlesco RJ idealizado por Miss G e D'Fênix de 2016, 2017, e em 2018 assumi a produção deste festival junto com Marcelo D' Avila.
Em 2018 estive como performer residente, e curadora do Cabaret da Cecília.
Neste ano fui explorando a minha presença em outras festas e lugares, estive no Festival DGTL, Mamba Negra, Porpporn, Dando, Desculpa Qualquer Coisa, The Last Sunset participei da Trupe Arte e desacato um grupo feito para resgatar a história das performers de SP.
Assumi ao lado de Eduardo Laurino a produção e arte do bloco de carnaval BLOCU, onde tivemos desfiles icónicos.
Em 2019 tive o chamado do Tantra e mergulhei nesse universo , uma prática que também tem o caminho pelo corpo então em uma iniciação eu recebi um Sannyas ( nome espiritual que fala sobre sua missão a partir deste momento) ChandraKant que significa o próprio brilho da lua, então em um ritual de ayahuasca eu devolvi meu nome Amapola para as ciganas e incorporei o sannyas no meu nome artístico, passando a me chamar Marquesa ChandraKant com uma nova roupagem de figurinos e performances trazendo aqui os atravessamentos sobre corpo e o ser mulher/bruxa.
Então faço a performance icônica no Yes Nós Temos Burlesco a Joana Dark onde ja trago meus estudos de Tantra, Magia e Política sobre a Gordofobia e Machismo.
No meio de 2019 estive no festival da PopPorn que falava sobre os 9 pecados capitais interpretados para os atravessamos que vivemos hoje , onde eu representei o tema Gordofobia neste vídeo e criei uma performance muito forte falando sobre pressão estética e a fetichização da mulher gorda , ( link) .
A criação e a realização desta performance tocou profundamente nas minhas maiores dores e para transformar esta dor eu criei a imersão O Corpo Gordo Goza , onde eu trago todos estes atravessamentos das corpas gordas e como podemos gozar com estas corpas na vida.
Em 2020 com a chegada da pandemia eu me dediquei as terapias tântricas e Magia neste momento eu me iniciei uma Sacerdotisa Tântrica Maga recebendo o nome iniciático Esha me mudei para Florianópolis para estar mais próximo da natureza e viver minha Magia nesta ilha.
No final de 2020 então depois de muita terapia, estudos, e revoluções eu entendi que estava na hora de voltar a usar meu nome de registro , entendi vindo para natureza que foi necessário viver todas estas personas para perceber que o posso tirar estas mascaras e viver o meu ser como única Aline Esha neste momento mudo novamente meu nome percebendo a infinitude do meu ser.
Então 2021 fui provocada a fazer um vídeo performance com tema sobre o que será o amanhã , então usei os 4 elementos da natureza para dizer que a Cura do amanhã está no olhar com cuidado para dentro de nós onde encontramos todas as respostas e viver a natureza que nos cura, esta performance mostra este meu momento de bruxa do mato que acredita nas curas de cada ser e que essas curas se passam pelo corpo, este meu corpo político.
Hoje eu entendo o burlesco como um lifestyle onde meu corpo é político e eu burlo todos os dias as caixinhas que a sociedade, o capitalismo que impor em nós existe um trabalho constante para viver a minha verdade no hoje e não ser roubada de mim , vivencio hoje atraves de ser terapeupa ajudando a trazer consciência para as pessoas, porque assim elas podem também viver suas burlas particulares.
Se você sente o chamado de trazer esta arteterapia para sua vida, eu tenho um curso ideal para você.
Nele eu conto um pouco sobre esta arte, como burlar na vida, trago técnicas de perceber sua persona interna, seus atravessamentos no corpo , dele você pode sair para os palcos da sua vida isso é o primeiro passo para adentrar outros palcos.